Toda criança necessita brincar. Pois brincar é um momento indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. O brinquedo e os jogos infantis ocupam uma função importante no desenvolvimento, pois são as principais atividades da criança durante a infância. Com a criança deficiente intelectual não é diferente. Embora apresente atrasos em seu desenvolvimento cognitivo e motor, também necessita de atividades lúdicas no seu dia a dia. Talvez até mais do que as outras crianças, por necessitar de muito mais estímulos para desenvolver suas habilidades cognitivas, motoras e sensoriais. Os jogos e brincadeiras para as crianças com deficiência intelectual constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social. De acordo com VYGOTSKY (1998), a arte de brincar pode ajudar a criança com necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e consigo mesma.
Através dos jogos e brincadeiras a criança com deficiência intelectual pode desenvolver a imaginação, a confiança, a auto-estima, o auto-controle e a cooperação. Os jogos e brincadeiras proporcionam o aprender fazendo, o desenvolvimento da linguagem, o senso de companheirismo e a criatividade.
Considera-se o jogo como exercício e preparação para a vida adulta. A criança aprende brincando e assim desenvolve suas potencialidades, pois é um ser em desenvolvimento, e cada ato seu, transforma-se em conquistas e motivação. Educar através do lúdico contribui e influencia na formação da criança e do adolescente com deficiência intelectual, favorecendo um crescimento sadio, pois possibilita o exercício da concentração, da atenção e da produção do conhecimento; promovendo ainda, a integração e a inclusão social. Desse modo a criança deficiente intelectual, com a ajuda do brinquedo, terá a possibilidade de relacionar-se melhor com a sociedade na qual ela convive, já que o brinquedo busca o desenvolvimento cognitivo e oportunidades de crescimento e amadurecimento. Também através do jogo comprova-se a importância dos 16 intercâmbios afetivos e interpessoais das crianças entre elas mesmas ou com os
adultos (pais e professores). A utilização do jogo como recurso didático pode contribuir para o aumento das possibilidades de aprendizagem da criança com deficiência intelectual, pois, através desse recurso, ela poderá vivenciar corporalmente as situações de ensino-aprendizagem, exercendo sua criatividade e expressividade, interagindo com outras crianças, exercendo a cooperação e aprendendo em grupo.
Segundo IDE (2008), O jogo possibilita à criança deficiente mental aprender de acordo com seu ritmo e suas capacidades. Há um aprendizado significativo associado à satisfação e ao êxito, sendo este a origem da auto-estima. Quando esta aumenta, a ansiedade diminui, permitindo à criança participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação. O uso do jogo também possibilita melhor interação da criança deficiente mental com os seus coetâneos normais e com o mediador. O professor poderá possibilitar à criança com deficiência intelectual o acesso ao conhecimento através da vivência, da troca, da experiência, propiciando uma educação mais lúdica e significativa. Aprender pode e deve ser extremamente agradável e motivante para a criança. A importância do jogo no universo infantil e na vida escolar tem sido evidenciada por vários estudiosos da aprendizagem e do desenvolvimento infantil, como um fato indiscutível, pois o jogo constitui um dos recursos mais eficientes de ensino para que a criança adquira conhecimentos sobre a realidade.
Durante o jogo a criança estimula o pensamento através da ordenação do tempo, espaço e movimento, como também o respeito pelas regras. Trabalha com o cognitivo, o emocional e o motor, construindo através dessa interação o seu conhecimento. Os estudos de PIAGET (1975) proporcionam a concepção de que os jogos não são apenas uma forma de entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que contribuem para o seu desenvolvimento intelectual. Os jogos e brincadeiras são instrumentos metodológicos através dos quais os educadores de crianças com necessidades educativas especiais podem estimular o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, moral, lingüístico e físico-motor; como também propiciar aprendizagens curriculares específicas.
Brincar é muito legal!
Para as crianças, brincar é muito mais do que
simplesmente diversão. As atividades lúdicas têm papel fundamental no
desenvolvimento do crescidinho e o ajudam a compreender melhor o mundo em que
vive. É através das brincadeiras que a criança começa a separar a fantasia da
realidade e a extravasar os mais diversos sentimentos. Interagindo com os
brinquedos, ela também desenvolve importantes habilidades motoras e
intelectuais com mais facilidade.
Criatividade, lógica, relacionamento em equipe,
sociabilidade, maturidade emocional e concentração são apenas alguns dos
benefícios promovidos por uma boa brincadeira. Para comprovar, faça o teste:
deixe seu filho brincar livremente e fique observando.
Você vai perceber que muitas das situações que ele
cria têm relação com suas experiências recentes. O modo como a criança
interpreta essas vivências nas brincadeiras demonstra como ela está lidando com
essas experiências e pode até ajudar os pais a conhecerem melhor seu
crescidinho.
A importância dos brinquedos
Enquanto os bonecos e brinquedos de montar dão asas
à imaginação, os jogos exigem raciocínio. Diante dos resultados, seu filho
aprenderá que existe o ganhar e o perder e aceitará esses dois conceitos. Se a
brincadeira for em grupo, ele ainda aprende a importância de trabalhar em
equipe e pratica a sociabilidade.
Até mesmo os videogames e jogos de computador, que
geram tanta controvérsia entre pais e educadores, podem ser bastante úteis
nesse processo. Eles também estimulam o raciocínio e os reflexos e podem até
auxiliar no processo de alfabetização, se forem escolhidos com cuidado pelos
pais.
E não podemos nos esquecer da principal função dos
brinquedos, pelo menos para os crescidinhos: eles divertem e relaxam a criança.
Essa "pausa" nas atividades diárias é muito importante para que o
pequeno se distancie dos conflitos que enfrenta diariamente e reorganize as
idéias. Mais tranqüilo, ele assimilará melhor os novos aprendizados.
Porém, a idade do crescidinho deve ser considerada
na hora de comprar brinquedos. Crianças muito novas podem engolir peças
pequenas ou se machucar com brinquedos destinados a outras faixas etárias. Além
disso, os baixinhos se desenvolverão melhor com estímulos adequados à sua
idade.
Entre os três e os cinco anos de idade, as fantasias
estão fervilhando na cabecinha das crianças. É a fase do faz-de-conta e de
representar sua interpretação do cotidiano nas brincadeiras. Aproveite para
estimular ainda mais a imaginação do seu crescidinho contando histórias,
fazendo teatrinhos e mostrando livros ilustrados.
É interessante presenteá-lo com brinquedos que
incentivem a criatividade e a fantasia, como massas de modelar, material de
pintura e desenho, livros, carrinhos, bonecas, ferramentas de brinquedo,
máscaras, quebra-cabeças, instrumentos musicais e fantoches, entre outros.
E a participação dos pais nas brincadeiras é
mais do que bem-vinda. As crianças adoram dividir as descobertas e, junto dos
pais, aproveitam ainda mais a brincadeira.
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